Vários documentos apreendidos foram trazidos para Feira de Santana (foto Aldo Matos)
Nove policiais militares, 13 empresários, um agente de tributos Estaduais e um contador foram presos e 146 veículos apreendidos. Esse foi o resultado da megaoperação, denominada “Caracará”. A quadrilha é acusada de sonegar aproximadamente R$ 1,6 bilhão nos últimos cinco anos nos estados da Bahia e Sergipe. A operação teve a participação do coordenador regional da Polícia Civil de Feira de Santana, Fabio Lordello, que confirmou a participação de sessenta policiais no caso. Segundo o coordenador, as investigações já estavam sendo feitas há cinco anos.
A força-tarefa começou a cumprir 30 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão nas cidades de Irará, Itabuna, Conceição do Jacuípe, Vitória da Conquista, Salvador e Alagoinhas contra nove policiais, 19 empresários, um contador, uma servidora pública, além de 26 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios de contabilidade.
Vários documentos apreendidos foram trazidos para Feira de Santana. De acordo com Fabio Lordello, foi preso na operação José Carneiro Oliveira, p
roprietário da JB Comercial de Alimentos, em Riachão do Jacuípe. O acusado está preso no Complexo Policial de Feira. A polícia esteve, também, no município de Irará para prender José Carlos Pinto Cerqueira, dono do Cestão e Atacadão Pinto. Mas o empresário fugiu.
Diariamente, pelo menos 50 carretas transitavam pelos postos com a cobertura do esquema, provocando prejuízo estimado em R$ 27 milhões por mês, mais de R$ 320 milhões por ano. A maioria das mercadorias circuladas pelos esquemas fraudulentos era de produtos resultantes de aves congeladas, bebidas alcoólicas quentes, farinha de trigo e açúcar. A força-tarefa contou com a participação de 315 servidores, entre promotores públicos, policiais civis e militares e servidores fazendários.
A força-tarefa foi formada pelas secretarias estaduais da Fazenda (Sefaz) e da Segurança Pública (SSP) e pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Participam da operação cerca de 223 policiais, delegados de polícia e servidores da SSP, além de 100 funcionários da Sefaz.
PRESOS
Para o procurador-geral de Justiça Wellington César Lima e Silva, a “Operação Caracará” já apresenta resultados positivos. Dos 30 mandados expedidos contra nove PMs, 19 empresários, um agente de tributos e um contador, 24 já foram cumpridos, sendo cinco deles presos em Salvador.
Segundo com o Ministério público, os nove PMs envolvidos foram presos na manhã de hoje em Conquista, sendo eles: os sargentos Claudionor Silva e Orlando Vieira, e os soldados Fabiano Meira, Júlio Nicolau Neto, Ricardo Santos, Isaias Ferreira, Etelmino Soares, Israel Rezende e Claudio Oliveira.
Os empresários que participavam da fraude, em sua maioria, constituíam empresas em nomes de pessoas fisicamente inexistentes, destacou o promotor Ivan Machado, acrescentando que dois empresários de Salvador chegaram a criar entes fictícios com nomes muito parecidos aos seus próprios e, nesses novos nomes, constituíram diversas empresas que movimentaram centenas de milhões de reais, sonegando o ICMS em 100%. Quatro desses empresários e um contador foram presos em Salvador e apresentados durante a coletiva no COE.
Na capital baiana, a operação prendeu Igor Ferreira Cruz, Mário Sérgio Ferreira, Clivio Pimentel, Waldir Vaz (empresários) e Círio Machado (contador); em Vitória da Conquista, Cácia Maria Macedo (agente de tributos), Jorge Ferreira Almeida, Marco Alan Meireles, Edilson Ferreira, Jammes Dean Santana, Isaac Pereira Dias e Breno Macedo (empresários); além dos empresários de Feira de Santana, José Carneiro de Oliveira; Alagoinhas, Luiz Edson Bastos; e Itabuna, Doaldo Marques dos Anjos.
Por Williany Brito
Com informações do repórter Aldo Matos e Agecom
(Matéria publicada no portal Acorda Cidade, no dia 14.07.2010)