segunda-feira, 17 de maio de 2010

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NA VIDA DO CIDADÃO

A implantação de ensino integral tem sido um grande e importante desafio a todos que vêem a Educação como um dos fatores fundamentais na constituição de uma sociedade, que orienta suas ações para a inclusão social e o bem estar de seus integrantes. Uma dessas pessoas que acredita que não há outro caminho senão o da educação é a diretora da Escola Municipal Célida Soares, Ana Claudia Bastos (foto).
De acordo com ela, estimular atividades educativas e culturais com a participação da comunidade, como reforço à integração dos alunos com o meio onde vivem, é o principal objetivo da escola onde é praticada a educação em tempo integral. Há um ano, o Célida Soares vem desenvolvendo o método.
A escola em tempo integral deve funcionar de sete a oito horas por dia, com aulas regulares e extras (aulas complementares). Além das aulas regulares de ciências, matemática, português, história e geografia, os estudantes aprendem inglês, artes, educação ambiental, letramento, jogos matemáticos, esporte, informática, direitos humanos e teatro. Essas são oficinas trabalhadas no turno oposto na escola Célida Soares. Segundo a diretora, as refeições são feitas no ambiente escolar.
“Com esse método, há um fortalecimento da formação cultural da criança, promovendo o desenvolvimento da sensibilidade e da percepção artística, com ações sócio-educativas e de apoio a estudantes das escolas públicas, no contraturno do horário escolar”, diz a diretora Ana Claudia, que salienta que a aproximação das escolas com as famílias é outra meta das instituições que praticam o ensino em tempo integral.
A procura pela instituição, geralmente, está ligada ao acolhimento feito pelos funcionários que trabalham em prol da educação integral, de acordo com Ana Claudia. “A permanência da criança por mais tempo na escola é importante, para que o aprendizado seja melhor e evitar, também, esse índice alarmante de violência e envolvimento com drogas. Quando elas estão aqui, tem um cuidado melhor, recebe atenção, que, às vezes, não tem na própria casa”, conta a diretora.

MAIS 18 COM ENSINO INTEGRAL
Dezoito escolas do município passaram pelo processo de cadastramento, e já foram aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC). Segundo Vera Lúcia Bastos, coordenadora do Programa Mais Educação em Feira, cabe aos diretores das escolas selecionadas indicar os professores que irão coordenar as aulas do Programa.
Serão, também, recrutados monitores que irão desenvolver atividades, como música, arte, banda, hip-hop, qualquer atividade dentro da estrutura do Mec. “Os monitores que irão trabalhar receberão bolsa do MEC para dar suporte às escolas, que devem trabalhar com associação, espaços alternativos para desenvolver essas atividades fora do ambiente escolar”, explica a coordenadora.
O colégio escolheu, dentro do elenco oferecido pelo Ministério, as oficinas que deseja aplicar dentro do ambiente escolar. O Municipal, uma das escolas beneficiadas pelo Programa, fez a adesão do letramento matemático, teatro, informática, futsal e dança. “Na lista do MEC, haviam outras opções de escolha, como: educação econômica, fotografia, dança, capoeira, hip-hop e prevenção. No elenco podiam ser escolhidas cinco ou seis oficinas”, explica.

DIFICULDADES
Célida Soares, primeira escola municipal de Feira de Santana com ensino em tempo integral, ainda está em processo de elaboração do projeto pedagógico. Há um ano praticando método, sofre algumas dificuldades na obtenção de recursos para adequar a escola como deveria. O colégio vai do 1º ao 5º ano do ensino fundamental um.
“A escola não foi construída para esse fim, por isso ela não é adequada para ensino integral. A escola serve como laboratório para a implantação de outras com o mesmo objetivo. Diferente do Programa Mais Educação, do governo federal - onde as diretoras cadastram a escola e ficam responsáveis pelo andamento do projeto – o Célida Soares é diferente: dependemos da Secretaria Municipal de Educação para tudo. As duas têm a estrutura de funcionamento parecidas, só difere na competência, que é pelo município”, explica a diretora Ana Cláudia.
Segundo ela, a escola tem um desafio, pois “teve que começar a funcionar sem referencia alguma”. “Tivemos que estudar e se organizar, mas, ainda, há muito o que ser melhorado, como atrativos para as crianças. Faltam brinquedos, jogos”, diz. A falta de colchonete também é um problema na hora do descanso, de acordo com Ana Cláudia. “Elas precisam descansar ao longo das atividades, e, para isso, são necessários colchonetes”, afirma a diretora, que salienta: “Tudo que a gente pode fazer para melhorar, fazemos, mas a verba é essencial para o desenvolvimento”.

Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 16.05.2010)

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