sexta-feira, 26 de março de 2010

MÉDICOS AMEAÇAM PEDIR DEMISSÃO DO HGCA

O vereador Reinando Miranda Filho, Ronny (PMN), utilizou seu tempo na sessão de ontem, na Câmara de Vereadores, para alertar que médicos cirurgiões e ortopedistas do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) ameaçam parar suas atividades no próximo dia 9 de abril, caso o Governo do Estado não atenda à reivindicação de reajuste salarial. A categoria ameaça pedir quebra do seu vínculo com o Estado.
O vereador se mostrou preocupado e cobra do Governo do Estado que resolva a questão. “É injusto que profissionais de saúde e médicos recebam esse tipo de tratamento do Estado”, salienta Ronny.
Cerca de 250 pessoas são atendidas diariamente pelo Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana. O número de atendimentos pode ser reduzido, caso os cirurgiões e ortopedistas peçam demissão dos cargos da unidade. De acordo com assessoria de comunicação do hospital, os médicos enviaram um ofício ao Ministério Público Estadual com o aviso de demissão, caso não haja reajuste salarial.
DECISÃO
Ainda segundo informações da assessoria, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) foi comunicada oficialmente da decisão dos médicos pelo próprio hospital, através de carta enviada ao secretário de saúde Jorge Solla. De acordo com os representantes da categoria, eles estão com os salários congelados desde 2007.
“Este ano foram realizadas duas reuniões entre os médicos e Jorge Solla, onde, entre os assuntos discutidos, estava a possibilidade de reajuste salarial, que foi negado”, conta Ilma Silva, assessora do HGCA. De acordo com ela, os médicos levaram o caso ao Ministério Público e, na semana passada, enviaram um documento ao hospital, pedindo posicionamento da unidade com relação à situação. “Respondemos que ainda é aguardado acordo entre as partes envolvidas. O hospital não tem poder de contratar e ajustar salários. Isso é responsabilidade da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia”, afirma.
Ainda de acordo com a assessora, caso ocorram os pedidos de demissões, o setor de atendimento do Clériston será prejudicado, “pois os contratos não acontecem da noite para o dia”. “Em média, são realizados 250 atendimentos diariamente. Entre eles está o de cirurgia, setor de extrema importância para o Clériston, referencia em traumas na região”, salienta a assessora.

Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 25.03.2010)

terça-feira, 23 de março de 2010

COMEÇA A SEGUNDA ETAPA DE VACINAÇÃO CONTRA GRIPE A

As doses serão destinadas a crianças, grávidas e pacientes com doenças crônicas

A segunda etapa de vacinação contra a gripe A começou ontem (22) em todo Brasil. Durante as próximas duas semanas, grávidas, crianças entre seis meses e um ano e 11 meses de idade e pacientes com doenças crônicas que tenham menos de 60 anos de idade devem procurar um posto de saúde mais perto de casa.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Feira de Santana, no ano passado foram confirmados 27 casos da gripe A, 186 notificações de suspeita da doença e um caso de óbito. “A vacina já era esperada pela população. Ela veio justamente para atingir o público-alvo: crianças, gestantes e pacientes com doenças crônicas”, diz coordenadora Vigilância Epidemiológica, Janice Estrêla.
As gestantes poderão ser vacinadas até o dia 21 de maio. Já a vacinação para crianças e portadores de doenças crônicas terminará em 2 de abril. Para as crianças, a vacina foi dividida em duas doses - a segunda será aplicada 30 dias após a primeira. Em relação aos doentes crônicos, devem procurar os postos de vacinação pessoas com menos de 60 anos que têm problemas sérios de coração, pulmão, rins, fígado, diabéticos, pacientes em tratamento para aids e câncer ou os chamados grandes obesos.
Segundo a coordenadora, a vacina está sendo distribuída em 83 Unidades de Saúde da Família e 18 Unidades Básicas de Saúde, ambas espalhadas pelo município de Feira. “Está sendo normalizado o abastecimento nos locais onde será aplicada a vacina contra a gripe A. As pessoas que são prioridades nessa segunda etapa, já podem procurar postos mais próximos de casa”, salienta Janice. O atendimento vai de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.
A perspectiva da Secretaria de Saúde de Feira é vacinar 30.615 pacientes com doenças crônicas, 12.932 crianças e 10.147 gestantes. Aqueles que serão vacinados devem levar aos postos um documento de identidade com foto e a carteira de vacinação do adulto, se possuírem. Caso o responsável não possua documentos da criança, é necessário levar o Cartão da Criança. Não é preciso apresentar atestado médico para comprovar a doença crônica.
PRÓXIMAS ETAPAS
A vacinação está sendo feita em etapas. Do dia 5 até 23 de abril será a vez dos adultos entre 20 e 29 anos de idade. Do dia 24 de abril até 7 de maio serão imunizadas as pessoas com 60 anos ou mais, portadoras de doenças crônicas e de 10 até 21 de maio quem tem entre 30 e 39 anos.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 23.03.2010)

NÚMERO DE CHEQUES SEM FUNDOS É O MENOR EM 13 ANOS


Comerciantes feirenses evitam o pagamento com cheque


O número de cheques devolvidos por falta de fundos no Brasil em fevereiro de 2010 foi o menor desde março de 1997. Os cheques sem fundo foram 1,607 milhão no mês passado, enquanto o recorde de 13 anos atrás foi de 1,419 milhão. Os dados foram divulgados ontem (18) pelo Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos.
Segundo o relatório dos economistas da Serasa Experian, o menor número de cheques devolvidos é consequência do crescimento econômico, em especial o registrado a partir do segundo semestre de 2009. Isso significa que, com o aumento dos níveis de emprego e de renda da população, os brasileiros se esforçaram para não deixar dívidas em aberto e evitaram se comprometer com cheques sem fundo.
O diretor executivo do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de Feira de Santana, Rui Santana, também atribui essa diminuição ao fato da “grande maioria” dos empresários não aceitar mais o cheque como forma de pagamento. “Os comerciantes não confiam mais no cheque. Hoje, o cheque não chega nem a 5% da inadimplência do SPC de Feira. Isso, porque a circulação diminuiu entre os empresários. A credibilidade dessa forma de pagamento tende a diminuir a cada dia”, acredita o diretor.

REDUÇÃO
O Serasa Experian destaca também que fevereiro teve um número geral menor de cheques em fevereiro do que em janeiro, mas o resultado não foi tão discrepante. Foram compensados 1,85% a menos de cheques em fevereiro do que em janeiro. É o patamar mais baixo em 17 meses, desde setembro de 2008.
A diferença maior é em relação a fevereiro do ano passado. Naquele mês, os brasileiros compensaram quase 95 milhões de cheques, dos quais mais de 2 milhões foram devolvidos. Ou seja, os brasileiros assinaram menos a folhinha e isso influenciou no resultado do mês passado.

COMERCIANTES
“Quanto menos cheques, menos calotes”. É no que acredita o comerciante Francisco Lucena Silva, que ao longo da vida de negociante já recebeu um número significativo de cheques sem fundo. “A inadimplência é muito grande. Hoje, não aceito cheque de forma alguma. Comigo, só com cartão ou à vista, o que é melhor ainda”, diz o comerciante.
Para Abizailda Gomes, gerente de uma loja de móveis na cidade, o cheque perdeu “totalmente a credibilidade”. “Nosso forte é cartão. As pessoas andam desonestas demais para confiarmos. Temos lojas em vários estados – Sergipe, Alagoas, Pernambuco e aqui na Bahia – e em todas elas só é aceito cartão de crédito”, salienta a gerente, que há trinta e dois anos trabalha no comércio.
Mas ainda há quem confie no cheque como forma de pagamento. É caso do gerente Giliardo Santiago. Segundo ele, o cliente dá uma entrada e o resto da compra é divida em duas vezes no cheque. “Quem trabalha com cheque está sujeito à inadimplência. Como aqui trabalhamos com atacado, não podemos deixar de trabalhar com essa forma de pagamento”, diz o gerente, que afirma fazer consulta ao SPC e ao Serasa antes que o cliente efetue a compra.

INADIMPLENTES
O Amapá é o Estado campeão em cheques sem fundos: 13,59% do total de compensados, alta em relação aos 11,93% registrados em janeiro. Também pela segunda vez no ano, São Paulo é o estado com o menor percentual, 1,41%.
A Região Norte registrou o maior percentual de cheques devolvidos, 4,39%, enquanto a Região Sudeste marcou o menor índice, 1,53%.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 19.03.2010)

segunda-feira, 22 de março de 2010

JOVEM PROMOVE EVANGELIZAÇÃO ATRAVÉS DA MÚSICA



Evillyn Aleixo lançouo primeiro CD, intitulado “Cuida de mim”, em São Paulo





A evangelização através da música sempre existiu, mas, atualmente, esse tipo de canção vem ganhando mais espaço na sociedade. É um grande desafio para os artistas e músicos e para a igreja como um todo, aprender a linguagem que o povo entende e absorve. É o que afirma a jovem cantora e compositora Evillyn Aleixo, de 20 anos.
“A música é um poderoso meio de evangelização, torna o homem sensível para compreender a mensagem do evangelho. Temos que levar esta mensagem, considerando dois aspectos: o conteúdo da mensagem (sermos fiéis e íntegros) e o nosso ouvinte”, afirma Evillyn, que aos 13 anos se consagrou cantora gospel.
A cantora feirense, vencedora do concurso Vozes da Terra Gospel como melhor interprete, em 2003 e 2004, e jurada do mesmo concurso em 2009, conta da alegria que sente em evangelizar através da música: “É diferente de tudo que já fiz. Me sinto bem quando falo de Jesus, me traz uma paz interior. Além disso, quanto mais as pessoas divulgarem o nome de Deus, melhor”.
Evillyn fez apresentações em cidades baianas como Gandú, Cruz das Almas, Monte Santo e Feira de Santana. A jovem lançou o primeiro CD, “Cuida de mim”, em São Paulo. A turnê durou dois meses. “Gravar um CD é complicado. Falar de Deus não é simples, pois é preciso compreender o sentido das palavras da Bíblia. Só assim é possível transmiti-las através da música”, diz a jovem.
Fazer apresentação de lançamento do CD em Feira é o objetivo de Evillyn. Ontem (20), ela se apresentou em Morro de São Paulo e repete a dose hoje (21). As próximas apresentações da cantora serão nos dias 27, em Jacobina, e 28, em Feira de Santana - na Igreja Adventista da Rua Nova. Ela também faz apresentações em casamentos, recepções, cerimônias e em diversas igrejas.
“A mensagem que quero passar é aquela que vem através da melodia, harmonia e ritmo, onde as pessoas podem absorver o que quero transmitir: paz, alegria, paixão”, diz Evillyn. Ela não faz restrições quanto o local de suas apresentações. “Faço shows para qualquer religião. Não restrinjo minhas apresentações a um só público”, finaliza.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 21.03.2010)

O PAPEL DA DEAM NA VIDA DA MULHER FEIRENSE

Delegada diz que a DEAM existe para “estruturar as famílias, e não para separar casais"
A Delegacia presta serviços que garantem a proteção das mulheres

São várias as armas utilizadas na prática de violência contra a mulher. Na esfera jurídica, violência significa uma espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. Em Feira de Santana, nos últimos anos, houve aumento no número de mulheres que procuraram a Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), vítimas de algum tipo de agressão. Em 2008, foram registradas 5.617 ocorrências, enquanto que em 2009 foram notadas 6.151 casos.
Violência contra a mulher é qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato de a vítima ser mulher e que cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico ou perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como privados.
A DEAM recebe todas as queixas de violência contra as mulheres, investigando e punindo os agressores. Como em toda a Polícia Civil, o registro das ocorrências, ou seja, a queixa é feita através de um Boletim de Ocorrência, que é um documento essencialmente informativo, todas as informações sobre o ocorrido visam instruir a autoridade policial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações.
Segundo a delegada titular da DEAM, Martine Velloso, lesão corporal e ameaças são os crimes registrados com maior frequência pela Delegacia. Somente em 2009, 1.242 mulheres sofreram lesão corporal. Enquanto no mesmo ano 2.530 prestaram queixas de ameaças. Até 1° de março de 2010, já foram registradas 189 queixas de agressão física e 387 ameaças contra mulheres.
FUNÇÃO DA DEAM
A DEAM recebe diariamente ocorrências de violências contra mulheres de todas as classes sociais. A diferença está no atendimento prestado. “As mulheres de poder aquisitivo menor, procuram todos os nossos atendimentos, tanto na área jurídica e saúde. Em casos especiais, que requerem maiores cuidados, são encaminhas para Salvador. Já as mulheres com poder aquisitivo maior registram queixa para fins judiciais. Ela já tem um advogado, um psicólogo, todos os mecanismos de defesa”, explica a delegada Martine Velloso.
De acordo com Martine, a DEAM presta todo apoio necessário para as mulheres que sofreram com atos violentos. A delegacia presta o serviço de encaminhamento para Defensoria Pública, balcões de justiça, o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, Secretaria de Saúde. “Todos os encaminhamentos necessários, que fazem parte da rede de proteção da mulher, está sendo feito. A mulher deve sentir-se acolhida ao vir procurar a nossa ajuda”, afirma a delegada.
Segundo Martine, a DEAM existe para “estruturar as famílias, e não para separar os casais". “Uma família equilibrada tende a contribuir com a sociedade. É esse nosso trabalho diário. Tudo é feito na base do diálogo e da respeitabilidade”, salienta.
A delegada Matine Velloso diz que será montado um centro de referência para a mulher em Feira de Santana. “Já temos a Vara da Violência Doméstica e, em breve, também contaremos com o centro de referência, que será de grande importância para complementar o trabalho da DEAM”, afirma.
IMPORTÂNCIA DA LEI
A Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, tem intimidado os homens, de acordo com a delegada. “A Lei vem repercutindo de maneira positiva, pois tem seu caráter educacional, e tem contribuído bastante na respeitabilidade à figura da mulher e do seu papel na estrutura da família. O sistema veio para encorajá-las a lutar pelos seus direitos”, diz Martine, que atribui o aumento do número de queixa a “coragem da mulher em requerer seus direitos, e denunciar o agressor”.
Sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 11.340/2006 introduziu avanços significativos no combate à violência contra a mulher. A lei aumentou o tempo de prisão dos agressores e eliminou o pagamento de cestas básicas como forma de punição. Outra medida importante com a edição da lei é o fato de que o agressor pode ser preso em flagrante ou ter sua prisão preventiva decretada. A proteção às mulheres foi ampliada nos casos de violência física, psicológica, patrimonial, sexual e moral.
Toda a mulher violentada física ou moralmente deve ter a coragem para denunciar o agressor, pois, agindo assim, segundo a delegada, “ela está se protegendo contra futuras agressões, e serve como exemplo para outras mulheres, pois enquanto houver a ocultação do crime sofrido, não serão encontradas soluções para o problema”. “No momento em que evitamos a violência no seio da família, estaremos diminuindo qualquer outro tipo de violência, como a ligada às drogas e à prostituição. Nosso papel na delegacia é evitar que a violência cotidiana aumente cada vez mais”, salienta Matine Velloso.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 21.03.2010)

“AS MULHERES NÃO PODEM SOFRER CALADAS”, DIZ DELEGADA

Martine Velloso: “O número de queixa tende a aumentar porque a mulher,
hoje, está se conscientizando, resgatando seus direitos”

A violência contra a mulher não está restrita a classe social, não escolhe raça ou idade. Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofrem caladas e não pedem ajuda. De acordo com a delegada titular da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), Martine Velloso, isso acontece pelos laços de afetividade familiar ou, até mesmo, pela dependência financeira.
“Os problemas de casais são ligados à afetividade e por laços de amor, além dos filhos. Há toda uma cobrança familiar. Para a mulher, é muito difícil dizer ‘chega, vou me separar’ e ir em busca da independência. Então, ela é ligada também financeiramente. É toda uma gama de cobranças, mas ela precisa romper essas barreiras”, diz a delegada.
Comparada com a mulher de outras gerações, hoje, na visão da delegada, a mulher está se “conscientizando e resgatando seus direitos”. “Antigamente, as mulheres não rompiam um relacionamento por causa da submissão financeira. Mas, hoje, com a maior facilidade de se inserirem no mercado de trabalho, elas têm buscado essa independência e têm terminado no momento certo os relacionamentos”, explica.

A DENÚNCIA
As mulheres que sofrem violência podem procurar qualquer delegacia, mas é preferível que elas se dirijam às Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher (DDM). A mulher vítima de violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados Especiais, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e em organizações de mulheres.
“É importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos e pais, por exemplo) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor”, orienta
Dependendo do tipo de crime, a mulher pode precisar ou não de um advogado para entrar com uma ação na Justiça. Se ela não possuir condições financeiras, o Estado pode nomear um profissional especializado para defendê-la. Em alguns casos, a mulher pode ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. Para isso, ela deve procurar a Promotoria de Direitos Constitucionais e Reparação de Danos. Há casos, segundo a delegada, em que muitas vezes a mulher se arrepende e desiste de levar a ação adiante. “Isso não é bom, pois as agressões podem voltar a acontecer. As mulheres não podem sofrer caladas”, diz Martine.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 21.03.2010)

PRÉ-VESTIBULAR DO MUNICÍPIO REALIZA AULA INAUGURAL SEGUNDA-FEIRA

Para dar boas vindas aos 240 novos estudantes que se preparam para enfrentar uma maratona de estudos até o final do ano, acontece na próxima segunda-feira (22) a aula inaugural do pré-vestibular do Município. A quadra de esportes do colégio Municipal Joselito Amorim foi o local escolhido para a realização do evento, que começa às 19 horas.
As aulas do cursinho, que é extensivo, foram ministradas até o ano passado, no Ginásio Municipal Joselito Amorim. No evento, o secretário de desenvolvimento social, Maurício Carvalho, vai fazer um comunicado sobre o novo local onde acontecerão as aulas de 2010. O pré-vestibular do Município é um programa da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e conveniado com a Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
Em seu oitavo ano, o pré-vestibular tem como requisito básico dar oportunidade a estudantes que concluíram o segundo grau em escola pública e que não possuem condições de pagar um cursinho da rede privada. “O programa proporciona uma oportunidade para ela ingressar no ensino superior. E é isso que vem acontecendo no pré-vestibular do Município”, diz o secretário de desenvolvimento social, Maurício Carvalho, com relação aos 21 alunos do curso que conquistaram aprovação nas principais universidades públicas da Bahia, nos últimos vestibulares.
Um estudante na Universidade Federal da Bahia (Ufba), 19 na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), outro na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e um numa faculdade particular, Nobre. Eles estiveram cursando de março de 2009 a janeiro deste ano. “Nós saímos de sete para 22 aprovados no total. Um crescimento significativo de 300%. Tivemos aprovações em cursos tidos como difícil acesso, como direito, engenharia civil e de alimentos e arquitetura”, diz o secretário.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 20.03.2010)

ESCOLA: ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA E SOCIALIZAÇÃO

Ir à escola é fundamental para que a pessoa se sinta incluída na sociedade; é fazer parte, é ser reconhecido, ter seu espaço





A professora Magali Almeida afirma que a
socialização é imprescindível
no ambiente escolar

O primeiro contexto educativo que conhecemos ainda pequeninos é a família. A escola, que separa o indivíduo da família e ajuda a preparar a criança para as regras e os limites da vida em sociedade, é o principal espaço a possibilitar uma convivência e socialização mais amplas, segundo a coordenadora do ensino fundamental Karine Oliveira. “A escola é a etapa da socialização secundária da criança, onde ela começa a ter contato com o mundo letrado, da escrita, leitura e do brincar”, diz.
O Dia da Escola é comemorado nesta segunda-feira, 15 de março, mas são poucas as pessoas que possuem consciência disso. A data simboliza uma oportunidade para pensar o quanto essa instituição assume um papel importante na vida do individuo. “A criança, desde muito cedo, precisa de um espaço onde ela possa interagir com outras crianças. A escola vem para contribuir para a socialização, adaptação no decorrer do período de vida na escola”, diz Norma Guimarães, coordenadora do ensino infantil.
Segundo o secretário de educação de Feira de Santana, José Raimundo Azevedo, em 2009 51,5 mil crianças foram matriculadas regularmente na rede municipal de ensino. “Nesse ano, temos 54 mil vagas para crianças, adolescentes e adultos. Só fica sem vaga quem não procurar a escola”, afirma o secretário, que salienta: “A prefeitura tem a obrigação de dar a vaga até o dia 31 de março; até anexos estão sendo alugados para que nenhuma criança fique fora da escola”.
Ter uma criança fora da escola ou permitir a sua baixa frequência é crime e pode resultar em multa, prestação de serviço ou até 30 dias de prisão. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a escola é obrigada a informar aos pais sobre a ausência dos filhos. Se o problema persistir, os responsáveis podem ser enquadrados no artigo 246 do Código Penal Brasileiro por "crime de abandono intelectual".

MISSÃO DA ESCOLA
As coordenadoras Karine e Norma acreditam que acompanhar o desenvolvimento de um aluno é missão das mais importantes. Segundo elas, cada fase da vida do indivíduo é marcada por diferentes necessidades e capacidades a serem exploradas, pois a cada passo é preciso aprender e adaptar a novas situações.
“Em primeiro lugar, nós, educadores, precisamos conhecer cada criança e, a partir daí, atender suas especificidades. No mundo em que nós vivemos hoje, um mundo globalizado, a função da escola é atender os aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança”, diz Karine. Ela salienta que a escola é um referencial do crescimento e precisa oferecer aos alunos as condições necessárias para que cada fase seja atravessada da melhor forma possível.
De acordo com os especialistas, uma boa escola é aquela que permite o desenvolvimento integral do aluno. Isto inclui aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, com a ajuda da família e da comunidade. “Além de oferecer conhecimento, a escola tem que dar para criança espaço para interação e partilha. A parceria entre escola e família é algo de extrema importância. Por isso, os espaços educativos em sala de aula são importantes. A diversidade cultural tem que ser trazida, para que elas possam interagir com o ambiente alfabetizador”, diz a coordenadora Norma.
A escola é fundamental para o aprendizado, é a base da vida, tanto profissional como social. A professora Magali Almeida cita algumas das importâncias da instituição de ensino na vida da criança. “O ambiente escolar oferece interação com o mundo, socialização, troca de conhecimento e, sem dúvida, a busca de aprendizagem. Esse é o verdadeiro papel da escola”, salienta a docente.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 14.03.2010)

CRIANÇA ESPECIAL MERECE AMBIENTE ESCOLAR TAMBÉM ESPECIAL

A educação escolar é necessária na vida de qualquer indivíduo


Existem pessoas portadoras de necessidades especiais, para quais são criadas oportunidades de frequentar este espaço tão importante para a vida do indivíduo. É este o princípio da pedagogia da inclusão: inserir as crianças especiais nas salas de aula junto com as outras crianças. Pouco a pouco, as barreiras se tornam suaves e o convívio tem se mostrado positivo.
Para que isso aconteça, as escolas devem se adequar para atender a todos que necessitam de um ambiente especial. “Para receber essas crianças, a escola deve fazer uma adequação no currículo para atender às necessidades específicas. A escola precisa, em primeiro lugar, estar preparada intelectualmente, no sentido de que ela vai buscar as bases teóricas; Em nível de espaço físico e estrutura, ela deve oferecer um leque de opções que dê conta da diversidade de demandas e necessidades dessas crianças”, diz a coordenadora do ensino fundamental, Karine Oliveira.
É preciso, naturalmente, lutar contra o preconceito. Também é necessária muita criatividade para adaptar a metodologia de ensino de modo que todas as crianças possam aprender. “Elas precisam de acompanhamento especial. Tem que disponibilizar pessoas que possam ajudá-las, acompanhando-as individualmente. É preciso ter um contato com a família e com os especialistas que atendem essas crianças para também estar complementando toda a formação que a gente vem desenvolvendo com ela na escola”, afirma a coordenadora do ensino infantil, Norma Guimarães.
Segundo as coordenadoras, a colaboração de diferentes profissionais enriquece o trabalho da escola. Junto com os professores, podem atuar fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. A escola, como espaço de inclusão, só vem a colaborar para o desenvolvimento mais saudável da criança especial. Para ela, significa mais do que uma instituição de ensino: torna-se espaço terapêutico.
“O professor do século XXI é o que busca, estuda. Ele precisa estar à frente das inovações que existentes em sua área, tanto em termos de teoria como de tecnologias. O certo é buscar o que há de melhor para oferecer aos nossos alunos”, diz Karine Oliveira.
Mas, no final, é possível que a solidariedade entre elas mostre à escola como é gostoso conhecer o "outro", que até então era "diferente" e, com a convivência, se mostra apenas como alguém que tem outras necessidades e muito o que aprender, como qualquer criança. “Quem se propõe a educar, também tem que se propor a incluir, não só inclusão de deficiência física, mas qualquer tipo de inclusão”, afirma a coordenadora.


Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 14.03.2010)

sexta-feira, 12 de março de 2010

CÂNCER DE MAMA: PREVENÇÃO AINDA É O MELHOR CAMINHO

Flávio Amorim: “A mama é o símbolo de ser mulher; a mama é uma joia”


“As mamas são órgãos que têm uma importância muito grande para a saúde da mulher, tanto física quanto psicológica, pois está associada à feminilidade, à sexualidade, ao prazer visual e à amamentação”. Assim define o mastologista Flávio Amorim Machado, do Instituto de Hematologia de Feira de Santana - IHEF. Amanhã, 08 de março, é o Dia Internacional da Mulher. Que tal comemorar esta data cuidando mais de si mesma? Cuidando da saúde?
Uma maneira de fazer isso é a prevenção da doença que mais atinge as mulheres, o câncer de mama. Agora, como fazer esta prevenção? É simples, mas exige seriedade. O mastologista Flávio Amorim explica ser muito importante que a mulher faça o auto-exame, independente da idade, e, caso encontre alguma irregularidade no seio, como nódulo (caroço), deve procurar um médico imediatamente.
O Instituto Nacional de Câncer – INCA, não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo. “A mulher pode estar fazendo o auto-exame para o conhecimento do próprio corpo. Então, qualquer coisa de diferente que venha aparecer, ela vai estar atenta e procurar auxílio de um médico”, alerta o especialista.
Mas, segundo ele, o auto-exame não exclui a necessidade de fazer os exames preventivos de mama. “Pelo menos, uma vez ao ano a mulher deve consultar um profissional de saúde, não sendo necessariamente um mastologista. Pode ser um ginecologista, clínico ou até um enfermeiro treinado por um programa de saúde da família. As formas mais eficazes para detecção precoce da doença são o Exame Clínico das Mamas (ECM) e a mamografia”, explica o médico.

CONSULTAS REGULARES
De acordo com o especialista, a mulher deve lembrar de fazer consultas regulares, com ginecologistas e mastologistas. “A Organização mundial de Saúde (OMS) recomenda o exame clínico das mamas uma vez ao ano para todas as mulheres que tenham mais de 20 anos. Mesmo sem sintomas, a mulher deve fazer regulamente o exame. A partir dos 40, toda mulher deve fazer a mamografia. Entre os 40 e 50 anos, o exame deve ser feito a cada dois anos. Já a partir dos 50 anos, o exame deve ser feito todo ano”, orienta.
“Do mesmo modo que a mama feminina é importante para amamentação, sensualidade e estética da mulher, ela também apresenta risco, pois está associada a uma doença que tem um potencial elevado no país. Morre muita gente com câncer de mama”, afirma o especialista. Ele salienta que o grupo de mulheres que fazem o exame anualmente e guardam os exames anteriores para a comparação, tem uma diminuição na mortalidade de doença maligna, com isso são beneficiadas.

ECM
De acordo com dados do INCA , o Exame Clínico das Mamas (ECM), quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O ECM deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.
O Instituto afirma que a sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
O exame de ressonância magnética é o mais recente método de diagnóstico por imagem que não utiliza radiação e permite retratar imagens de alta definição dos órgãos de seu corpo. “Hoje já se pode, através da ressonância magnética, fazer o diagnósticos precoce do câncer de mama numa fase inicial. Quanto mais cedo o diagnostico, mais fácil de alcançar a cura”, afirma o mastologista.
Ele salienta que o equipamento que realiza o exame trabalha com campo magnético, e, por isso, algumas precauções devem ser tomadas para realização desse procedimento. “A ressonância não é para todo mundo. Existem grupos específicos que devem ser submetidos a um estudo com a ressonância. Então, a mulher deve procurar um especialista que a oriente sobre o processo. Sem dúvida, a ressonância magnética tem se mostrado um importante exame na luta no combate à mortalidade pelo câncer de mama”, diz o médico.
Com relação as campanhas de prevenção ao câncer de mama e em comemoração ao Dia Nacional da Mulher, o mastologista Flávio Amorim deixa um recado para todas as mulheres: “O objetivo dessas campanhas não é gerar pânico, fobia do câncer. A meta é fazer com que a mulher se conheça, cuide do seu corpo, não só do ponto de vista de doença, mas estético também. Ela deve se valorizar como mulher, pois a mama é o símbolo de ser mulher. Ela precisa valorizar tudo em seu corpo, e a mama é uma joia”.

Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 07.03.2010)

ADVOGADA FEIRENSE COLECIONA TÍTULOS NO BRASIL E EXTERIOR

Com um currículo de dar inveja, a feirense Karine de Souza Silva, 38, (foto) coleciona títulos importantes no Brasil e no exterior. Graduada em direito pela Universidade Católica do Salvador (UCSal) e doutora em direito internacional pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu o título de "Cátedra Jean Monnet", após participar de seleção pública mundial aberta pela União Europeia (UE), outorgada oficialmente pela UE em 2007. Seu mais recente trabalho foi a produção da segunda edição da obra “Integração Regional e Exclusão Social na América Latina”, lançada do final do ano passado.
Advogada desde os 23 anos, Karine dedicou praticamente a sua vida aos estudos. Atualmente ela mora em Florianópolis, capital de Santana Catarina, e é docente permanente dos Programas de Mestrado e Doutorado em Ciência Jurídica e dos cursos de graduação em direito e relações internacionais da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). “O meu objetivo principal é ser sempre útil para a coletividade através de minha profissão. É através do nosso trabalho que podemos ser agentes transformadores da sociedade”, diz Karine.
Outros títulos marcantes na vida da advogada são a de professora colaboradora da Universidade do Minho, em Portugal, e avaliadora ad hoc do Ministério da European Community Studies Association - ECSA. “Os títulos são fruto de muita dedicação e de um trabalho acadêmico incessante. Mas estas conquistas não são só minhas. Compartilho todos os meus bons resultados profissionais com meus familiares, meus amigos e, principalmente, com as escolas onde estudei em Feira de Santana”, agradece.

KARINE AUTORA
Já os livros escritos por ela – “Novos Estudos Jurídicos” (1995), “Globalização e Exclusão Social” (2000) e “Direito da Comunidade Europeia: Fontes, Princípios e Procedimentos” (2005) – demonstram seu amor pelas pesquisas na área jurídica. A obra “Globalização e Exclusão Social” é fruto das pesquisas empreendidas em seu mestrado, já o livro “Direito da Comunidade Européia: Fontes, Princípios e Procedimento” foi um trabalho de tese de doutorado.
Os pais da advogada, Isac Nascimento da Silva e Heloisa de Souza Silva, sentem-se orgulhosos pela desenvoltura da filha ao longo da vida. “Ela sempre lutou pela realização dos seus sonhos. Somos muito felizes por Karine. Ela representa uma grande mulher, e da Princesa do Sertão”, diz o pai, não disfarçando seu orgulho pela filha que saiu do interior baiano para conquistar o mundo.
“Minha família e meus amigos foram atores fundamentais que me prepararam para seguir uma carreira dedicada, principalmente, à educação universitária e à afirmação dos direitos humanos”, agradece Karine.


Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 07.03.2010)

sexta-feira, 5 de março de 2010

FIM DE NAMORO PELA INTERNET VIROU MODA?

Pesquisa britânica diz que maioria das pessoas termina namoro via internet


Reprodução/Folha do Estado

Pesquisa britânica mostra que levar um fora pela internet é um fenômeno crescente

Você já teve a coragem de terminar um relacionamento pela internet? Já passou pelo constrangimento de abrir um e-mail ou, em um site de relacionamento, ler uma mensagem instantânea dizendo “está tudo acabado ente nós”? Acredite, há muitas pessoas que levam o ato a sério e termina um relacionamento em poucos segundos via web. Uma pesquisa britânica mostra que levar um fora pela internet é um fenômeno crescente. Diariamente, aumenta o número de pessoas que preferem o e-mail e as redes sociais na internet para terminar o relacionamento com seus parceiros.
Quase 34% das 2.000 pessoas que participaram da pesquisa disseram que haviam terminado o relacionamento por e-mail, 13% mudaram seu status no Facebook sem avisar os parceiros e 6% divulgaram a má notícia, primeiramente, no Twitter. Por outro lado, apenas 2% dos pesquisados terminaram o relacionamento por mensagens de texto de celular. Já 38% escolheram se separar à moda antiga, ou seja, pessoalmente, e 8% por telefone.
A psicóloga especialista em psicopedagogia e formada em educação especial, Érica Soares, diz que as relações pessoais vêm tomando um caráter descartável e que há, de fato, um distanciamento entre as pessoas. “Começou desde aquela época em que o adolescente começou a desenvolver o ‘ficar’, que já parte para um relacionamento descomprometido com o outro. Depois, surgiram os sites de relacionamentos, um prato cheio para os tímidos e pessoas que tinham dificuldades de se relacionar. Então, você vai transferir para o mundo virtual coisas que não consegue administrar na vid
a real”, explica a psicóloga.
O método não é bem visto pelos feirenses. Terminar o relacionamento digitalmente é a última opção para jovem Mariana Oliveira Almeida, 21. “Jamais terminaria com meu namorado desta forma. Se é para brigar ou acabar com o namoro, tem que ser cara a cara”, diz.
A cantora França Silva (foto), 29, acha um “absurdo a forma”, e concorda com Mariana, quando afirma que tudo deve ser feito “cara a cara”. “Não fica nada bem terminar assim, via web. Hoje, tudo é feito na internet, mas não o término de um relacionamento, que é um ato muito sério. Já não admito que acabem o namoro comigo, porque sempre termino primeiro, ainda mais pela web”, afirma a jovem, sorrindo.
Barbara Rocha, 29, é mais uma contra a atitude de algumas pessoas que preferem o e-mail e as redes sociais da internet para terminar o relacionamento. Ela diz que não é apropriado alguém finalizar uma relação dessa forma tão “fria”. “Se você namora uma pessoa e tem consideração, jamais agiria assim. Preciso olhar nos olhos, ver as reações dela, saber o que ela está sentindo. Isso é muito importante, pois sabemos se há uma possibilidade de não terminar o namoro, e na internet isso é impossível”, diz.

Por Williany Brito

(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 28.02.2010)

INTERNET: MANEIRA DE FUGIR DA HORA DIFÍCIL

A psicóloga Érica Soares (foto) considera terminar um namoro pela internet uma forma de evitar o enfrentamento. Segundo ela, ficou mais fácil desenvolver relacionamentos, “na verdade, superficiais, artificiais e, consequentemente, impessoais”.
“A internet virou meio onde posso lançar mão e fazer uma coisa que pra mim é desagradável, pois vou ter que encarar a pessoa, dar desculpas – que muitas vezes não são reais. Daí, deixo uma mensagem ou e-mail e transmito aquilo, e acabou”, diz.
De acordo com a especialista, relacionamento é questão de troca, é algo subjetivo, que exige envolvimento, tempo e diálogo. “Algumas pessoas não estão tendo tempo nem estão dando o devido valor pra isso. Internet virou essa máquina de fazer e desfazer relacionamentos da maneira mais fácil e distante, sem ter que se envolver”, afirma Érica.

CONSEQUÊNCIAS
Da mesma forma que teve coragem de iniciar, por que não chegar rosto a rosto e falar que não dá mais? A especialista explica que a relação que tende a “coisificar” o outro é negativa. “Devemos resgatar essas relações de poder respeitar, de poder vê no outro como uma pessoa que tem sonhos, desejos, expectativas. Tudo isso é anulado e negado, quando eu faço e ajo dessa forma”, diz Érica.
Segundo ela, as desilusões são muito proporcionais às expectativas que se lança nesses relacionamentos. “Conheço pessoas que desenvolveram alguns distúrbios psicológicos em razão de alguns términos pessoais, onde uma pessoa, simplesmente, chegou e disse que não dá mais, sendo que ontem estavam sonhando com o casamento. Essa atitude tira o chão da pessoa, que lançou toda uma expectativa de vida, sonho, e acabou”, conta.
As consequências do termino pela internet podem não ser boas para ambas as partes. Mas Érica diz ser mais complicado para quem recebe a notícia do fim. "Numa relação a dois, tem de existir o espaço para a pessoa soltar seus sentimentos. Na situação on-line não há isso", afirma. Ela diz que o rompimento virtual só é “vantagem” para quem termina. “A pessoa que foi vítima, claro que ela vai sofrer, a não ser que ela esteja nesse mesmo ritmo de aventura, de estar curtindo enquanto dá certo. Ela vai sofrer aquele impacto, mas logo se refaz”, afirma
.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 28.02.2010)

FIM DE NAMORO VIA E-MAIL VIRA EXPOSIÇÃO DE SUCESSO

Instalação “Prenez soin de vous”

Diferente dos relacionamentos que só terminam em lágrimas, a artista francesa Sophie Calle provou que um fim de namoro pode ser sinônimo de sucesso, além da inevitável tristeza. Brincadeira? Não. A instalação “Prenez Soin de Vous” (Cuide de você) de Sophie Calle foi o trabalho mais comentado da Bienal de Veneza em 2007, que os brasileiros puderam conferir no ano passado, quando se comemorou o ano da França no Brasil, em São Paulo e em Salvador.
Esse trabalho teve início quando Sophie teve o relacionamento amoroso com o escritor francês Grégoire Bouillier rompido por email, que terminava com a frase “prenez soin de vous”. Sem saber como responder a essa mensagem e a essa situação, ela resolveu seguir o conselho de uma amiga e fazer um trabalho de arte utilizando para isso a própria mensagem. Gravou em vídeo mais de cem pessoas lendo o email e fazendo comentários. Entre as “leitoras” estão a mãe da artista, as atrizes Jeanne Moreau, Maria de Medeiros e Vitoria Abril, a compositora Laurie Anderson, a DJ Miss Kittin.
Ela também enviou o texto da missiva eletrônica para um advogado forense, uma linguista, uma taróloga, uma juíza especialista nos direitos femininos, entre outros, e pediu a todos que o texto fosse analisado segundo o filtro de cada especialidade. E esse material compõe a instalação.
Sophie diz em seu site que “é mais fácil realizar um projeto quando sofremos do que quando estamos felizes. Não sei o que prefiro: se é estar feliz com um homem ou fazer uma boa exposição”. A exposição foi formatada em cinco módulos (interpretações do texto, documentos, fotografias de atrizes e cantoras, filmes de curta e longa metragens) e dá exemplos da singularidade da obra de Calle, que percorre as fronteiras entre o público e o privado e expõe intimidades próprias e alheias para revelar o que nos torna frágeis.
Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 28.02.2010)