segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ANIMAIS NECESSITAM DE CUIDADOS NO CALOR

A troca de calor ocorre pela boca, o que explica o fato
deles ficarem ofegantes quando expostos ao calor

A menos de um mês da chegada do verão, já é possível sentir os reflexos da estação mais quente do ano. Basta ir às ruas e verificar as pessoas vestindo roupas mais leves, bebendo muita água e saboreando sorvetes e picolés. Mas e os animais? Quem tem bichinhos de estimação percebe a mudança de comportamento de cães e gatos nesta época do ano. Eles bebem mais água, costumam se deitar no chão e ficam à procura de sombra. O pelo é responsável por grande parte do desconforto dos animais.
De acordo com o veterinário Jásson Souza Moreira, durante o calor é fundamental que donos de cães e gatos priorizem o bem-estar, deixando a questão estética em segundo plano, ou, então, unindo as duas coisas. "Não adianta ter um animal todo peludo e comprometer a saúde dele devido à manutenção do pelo diante das altas temperaturas de Feira, que no verão são mais elevadas. O certo é unir a estética com o conforto do animal. Os pelos longos são bonitos para a gente. Já os animais se sentem melhor com os pelos mais curtos. Mas não precisa deixar totalmente pelado", esclarece.
Ele explica que os cachorros têm a temperatura média corporal mais alta que a dos humanos, sendo que o cachorro chega a 38,5° e a do gato até 39° . Além disso, os cães e os gatos não possuem glândulas sudoríparas (que produzem o suor) em todo o corpo, somente na parte de baixo da pata. A troca de calor ocorre pela boca, o que explica o fato de eles ficarem ofegantes quando expostos ao calor. "É assim que eles trocam calor e conseguem esfriar os corpos, controlando a temperatura corporal", explica.
Com o aumento do calor, aumenta o risco de infestação de parasitas, como pulgas e carrapatos. O veterinário explica que as pulgas têm um ciclo reprodutivo muito rápido. Segundo ele, é de “extrema importância que os donos façam uso de produtos que previnam o aparecimento destes parasitas".

CUIDADOS COM SOL
Assim como os seres humanos, os bichinhos podem contrair doenças devido aos raios UVA (que causa envelhecimento da pele e pode causar câncer de pele tanto em adultos quanto em animais) e UVB
( que causa vermelhidão, queimadura solar e predispõe, também, ao câncer de pele no animal).
“Já existe no mercado produtos como protetor solar para cães. Então, animais de pele e pelagem clara ou escura devem evitar o sol no mesmo período que os seres humanos, entre 10 horas e 14 horas (horário de maior incidência dos raios UVA e UVB)”, orienta o veterinário, que salienta: “Os horários mais apropriados é entre 5 e 6 horas e entre 17 e 18 horas”.
Atenção também para os passeios de carros, já que sair com os bichos para passeios longos em caçambas provoca a exposição ao sol. Deixar o animal em veículo fechado também pode contribuir para que a temperatura corporal aumente. A dica do veterinário é que os donos ofereçam locais frescos e arejados. Ele também orienta sobre a importância da água: “A hidratação deve ser feita sempre. Deixando água limpa e em abundância. Têm que haver a troca todos os dias, pois a água suja pode trazer transtornos gastrintestinais ao animal se ele ingerir”.


BANHO E TOSA TAMBÉM NECESSITAM DE ATENÇÃO
Sobre a tosa, o veterinário Jásson Souza Moreira destaca que a mesma contribui para a redução do desconforto causado pelo calor. Os gatos, inclusive, podem ser tosados, mas é mais indicado à raça persa, que tem pelos mais longos. Mas, ele não indica o processo.
“Alguns proprietários tosam os gatos, mas o interessante é não tosar. Eles mesmos fazem sua higiene, não sendo necessário dar banho sempre. O gato é um animal que não tem muito transtorno térmico, porque, normalmente, ele não é de raça definida por isso têm
uma resistência maior a doenças e a variações de temperatura”, explica.
De acordo com alguns proprietários de pet shop de Feira, a procura por tosas e banhos aumenta significativamente durante o calor, mas não está restrita ao verão. Ainda não chegou o verão e já é possível perceber o aumento da demanda. Essa declaração é compartilhada por outros proprietários de pet shop da cidade.
Segundo os especialistas, intensificar o número de banhos em cães nos dias mais quentes não traz vantagem para os bichinhos porque o alívio é apenas momentâneo. Não é necessário dar banho toda semana, mesmo nos mais peludos. O ideal é a cada 15 dias em cachorros que ficam dentro de casa, uma vez por mês em cães criados em quintais. O mais importante é que o proprietário se informe a respeito do que é mais indicado para cada raça, porque existem algumas em que o banho deve ocorrer a cada seis meses.
Sobre a água, a veterinária lembra que a temperatura deve ser de fria a morna, a fim de garantir a refrescância aos cães. O uso do secador também merece cuidados. A temperatura não deve estar alta para não haver o risco de hipertermia.
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DICAS ESSÊNCIAIS DO VETERINÁRIO

- Vermifugação a cada três meses (vermífugos ou vermicidas são produtos - naturais ou sintéticos - que têm a finalidade de eliminar vermes - nematódeos e platelmintos - que vivem como parasitas nos intestinos de animais e do homem);
- Vacina em dia, para a saúde do animal;
- Evitar que o animal tenha ectoparasitas (é uma classificação de parasitas do ponto de vista da repartição topográfica no corpo dos hospedeiros. São designados por ectoparasitas ou parasitas externos os tipos de parasitas que se instalam fora do corpo do hospedeiro, como no caso de piolhos, pulgas,carrapatos e sanguessugas;
- Sempre oferecer uma boa higiene para o seu animal;
- Sempre disponibilizar água e alimento em abundância;
- Levar o animal ao médico veterinário, pelo menos, a cada seis meses para fazer um checape geral.
Por Williany Brito
(Matérias publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 22.11.2009)

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