A cidade era dividida em dois grupos, o Clube da Vitória e o Clube da 25 de Março (foto)
O sol está nascendo. Em frente à igreja da cidade, um grupo começa a se manifestar. São os primeiros acordes da filarmônica do município que se prepara para sair pelas ruas animando o dia. Cenas como essas não são mais comuns em cidades do interior da Bahia.
Mantidas durante muito tempo por grupos de admiradores, as sociedades filarmônicas de Feira de Santana tiveram um papel importante durante vários anos. Euterpe Feirense, 25 de Março e Vitória marcaram a vida dos que fizeram, de fato, parte da música instrumental da cidade.
De acordo com a musicóloga especialista em música instrumental, Josélia Figueiredo, as Filarmônicas chegaram à Bahia, em 1930, com a influência de outros estados, como o Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Ela, que faz parte do Centro de Etnomusicologia da Bahia, órgão especializado em documentação musical, conta um pouco da história da chegada da filarmônica em Feira de Santana.
“As nobres famílias da cidade faziam uma sociedade beneficente, que tinha apoio da igreja. Tanto a Vitória quanto a 25 de Março tinham todo o apoio dos padres da época. Eram eles que conseguiam essas doações. Para manter as orquestras era preciso ter condições financeiras. As pessoas na época, em 1930, sabiam da importância de se preparar um músico para se tocar na Festa de Santana e em outras festas dos demais padroeiros”, conta a especialista, que salienta que, para fazer parte das Filarmônicas, era preciso associar-se ao grupo que fazia parte dos sócios beneficentes.
A Euterpe Feirense, única hoje em funcionamento, retoma seu brilho original com a colaboração do maestro Amorim. “Da 25 e da Vitória, surgiu a Euterpe, que é a mais novinha, com pouco mais de 50 anos. A Euterpe ainda está funcionando pela colaboração do maestro Amorim, que é o último maestro vivo da nossa cidade. Ele está fazendo uma filantropia com a Euterpe, tentando segurar os últimos músicos”, conta Josélia.
MOVIMENTAÇÃO NA CIDADE
A cidade era dividida em dois grupos, o Clube da Vitória e o Clube da 25 de Março. “Esses clubes eram muito mais fortes que os clubes de bola. No domingo, quando a 25 de Março tocava na Matriz, todos os adeptos da Vitória vinham prestigiar, e vise-versa. Isso movimentou a cidade por três décadas”, explica Josélia Figueiredo, que admirava o respeito das pessoas pela música com instrumentos de sopro.
Segundo ela, a única banda ativa, hoje, é a da polícia, que junto com os músicos que ficaram sem trabalho, formou-se (sob o comando do maestro Amorim) a nova Filarmônica de Feira, a Lira Feirense. “A orquestra Lira Feirense está começando numa cidade onde brotou muitos músicos. Não se admite que em uma cidade, que exportou para o mundo inteiro músicas de filarmônicas não tenha sempre alguém voltando e fazendo”, diz a musicóloga.
“Era muito bom quando as filarmônicas se apresentavam nos coretos. Na época, toda festa que se prezava tinha apresentação das orquestras. Adorava as apresentações, com os mais variados instrumentos que eles tocavam”, conta o poeta João Gonçalves Farias, de 65 anos.
Mantidas durante muito tempo por grupos de admiradores, as sociedades filarmônicas de Feira de Santana tiveram um papel importante durante vários anos. Euterpe Feirense, 25 de Março e Vitória marcaram a vida dos que fizeram, de fato, parte da música instrumental da cidade.
De acordo com a musicóloga especialista em música instrumental, Josélia Figueiredo, as Filarmônicas chegaram à Bahia, em 1930, com a influência de outros estados, como o Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Ela, que faz parte do Centro de Etnomusicologia da Bahia, órgão especializado em documentação musical, conta um pouco da história da chegada da filarmônica em Feira de Santana.
“As nobres famílias da cidade faziam uma sociedade beneficente, que tinha apoio da igreja. Tanto a Vitória quanto a 25 de Março tinham todo o apoio dos padres da época. Eram eles que conseguiam essas doações. Para manter as orquestras era preciso ter condições financeiras. As pessoas na época, em 1930, sabiam da importância de se preparar um músico para se tocar na Festa de Santana e em outras festas dos demais padroeiros”, conta a especialista, que salienta que, para fazer parte das Filarmônicas, era preciso associar-se ao grupo que fazia parte dos sócios beneficentes.
A Euterpe Feirense, única hoje em funcionamento, retoma seu brilho original com a colaboração do maestro Amorim. “Da 25 e da Vitória, surgiu a Euterpe, que é a mais novinha, com pouco mais de 50 anos. A Euterpe ainda está funcionando pela colaboração do maestro Amorim, que é o último maestro vivo da nossa cidade. Ele está fazendo uma filantropia com a Euterpe, tentando segurar os últimos músicos”, conta Josélia.
MOVIMENTAÇÃO NA CIDADE
A cidade era dividida em dois grupos, o Clube da Vitória e o Clube da 25 de Março. “Esses clubes eram muito mais fortes que os clubes de bola. No domingo, quando a 25 de Março tocava na Matriz, todos os adeptos da Vitória vinham prestigiar, e vise-versa. Isso movimentou a cidade por três décadas”, explica Josélia Figueiredo, que admirava o respeito das pessoas pela música com instrumentos de sopro.
Segundo ela, a única banda ativa, hoje, é a da polícia, que junto com os músicos que ficaram sem trabalho, formou-se (sob o comando do maestro Amorim) a nova Filarmônica de Feira, a Lira Feirense. “A orquestra Lira Feirense está começando numa cidade onde brotou muitos músicos. Não se admite que em uma cidade, que exportou para o mundo inteiro músicas de filarmônicas não tenha sempre alguém voltando e fazendo”, diz a musicóloga.
“Era muito bom quando as filarmônicas se apresentavam nos coretos. Na época, toda festa que se prezava tinha apresentação das orquestras. Adorava as apresentações, com os mais variados instrumentos que eles tocavam”, conta o poeta João Gonçalves Farias, de 65 anos.
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