terça-feira, 13 de abril de 2010

CAMPANHA CONSCIENTIZA SOBRE USO DA CAMISINHA ANTES E DURANTE A MICARETA

Camisinha, folders e tatuagens temporárias são
alguns dos itens que serão distribuídas na Micareta
Entre serpentinas, bebidas e música, a Micareta segue no imaginário popular como uma época de sexualidade aflorada. É através da distribuição de camisinha, bandanas, folders, tatuagens temporárias, fitinha para colocar no pulso, porta-camisinha e outdoors que o Centro de Referência de DST/HIV/AIDS de Feira de Santana vai alertar o folião, no período de 15 a 18 deste mês, sobre a importância do uso do preservativo.
O tema deste ano é “Micareta com saúde para todas as tribos”. A ação, promovida pela Secretaria de Saúde, conta com apoio de outros setores, como Associação das Profissionais do Sexo de Feira de Santana (APROFS), Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (FENACAB), Grupo Liberdade Igualdade e Cidadania Homossexual (GLICH), Grupo Caminhada, ODUNGÊ e Transfêmea.
“Uma das nossas pretensões é conscientizar as pessoas da importância do uso da camisinha. Uma das formas é a aplicação das tatuagens temporárias com a frase ‘Tenho atitude. Uso camisinha’, que foi muito bem aceita entre os foliões no ano passado”, conta a supervisora geral do programa DST/AIDS, Caroline Oliveira.
Antes mesmo de começar a folia, o Centro de Referência realizou uma campanha pré-micaretesca. Na semana passada, um dos públicos alvos da campanha foram os funcionários e profissionais de saúde do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). “Em cada semana, passamos por bairros diferentes. Essas visitas, que foram até o dia 9, fizeram parte da campanha da micareta”, explica a supervisora.
Segundo ela, vários postos de orientação estarão presentes nos dias da Micareta. “Este ano, a nossa atuação será como nos anos anteriores. Além de um stand no transbordo rodoviário (visando os turistas que chegam para a festa), o folião também contará com as ações em todo o circuito”, afirmou Caroline.

PROGRAMA
O programa Municipal DST/HIV/AIDS atua no município desde 1999, desenvolvendo ações de prevenção através de Campanhas Micaretescas. Esta atividade tem como objetivo informar a população feirense e foliões sobre a importância da prevenção às DST/AIDS, haja vista o aumento da vulnerabilidade neste período festivo, assim como a quantidade significativa de usuários que procuram o serviço do posto médico no período pós-micareta com queixas relacionadas aos sintomas de alguma doença sexualmente transmissível.
A supervisora geral do programa DST/Aids, salienta que após o período de festas, a exemplo de Carnaval, Micareta e feriados, o número de pessoas que procuram o serviço aumenta. Caroline afirma que o medo e a insegurança após as relações que tiveram ao longo da festa são os principais fatores que atraem as pessoas ao Centro de Referência. “Muitos procuram o serviço para fazerem o teste rápido de doenças sexualmente transmissíveis”, diz Caroline Oliveira.

DADOS CRESCENTES DE HIV
As estatísticas apresentam um aumento nos índices de HIV. O Centro de Referência registrou, somente no mês de fevereiro deste ano, onze casos novos de HIV/Aids. Já em março foram constatadas dezessete pessoas com a doença, entre elas oito mulheres e nove homens.
Ano passado, a infecção por HIV cresceu 62% nos municípios baianos, número maior que o registrado há uma década, quando a doença estava em 209 cidades. O vírus está presente em 338 municípios baianos. Em Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado, a situação chamou a atenção especialmente nos últimos anos. Desde o primeiro registro do vírus, 690 casos foram oficialmente comprovados no município. Metade deles foi registrada entre 1º de janeiro de 2007 e maio de 2009.
A leitura do significado dos números, no entanto, é mais complexa do que parece à primeira vista. A supervisora geral do programa de DST/Aids em Feira de Santana, Caroline Oliveira destacou a possibilidade de as estatísticas crescentes nas cidades do interior refletirem uma maior consciência da importância de realizar o teste de HIV.


Por Williany Brito
(Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 11.04.2010)

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