domingo, 13 de junho de 2010

CURSOS TÉCNICOS POSSIBILITAM INGRESSO MAIS RÁPIDO AO MERCADO

Ter formação profissional aumenta em 48% as chances
de um indivíduo em idade ativa ingressar no mercado de trabalho

Os cursos técnicos se tornaram uma maneira fácil para a inserção no mercado de trabalho


Idades diferentes, mas expectativas parecidas. É assim que podem ser definidas as pessoas que buscam os cursos técnicos. Elas têm algo em comum: querem ser técnicos, se especializar num determinado curso ou setor da economia para depois se encaixar no mercado de trabalho.
“Moda é a bola da vez. O curso é uma novidade no mercado de Feira de Santana, pois isso a expectativa é grande para entrar no mundo do trabalho”, garante a estudante Rose Meire, de 27 anos. “O curso técnico de agroindústria está sendo importante para lapidar o que eu aprendi no de agropecuária. É como se eu fizesse uma faculdade e agora estou na pós-graduação”, compara Vinicius Ribeiro (foto), de 23 anos.
Do total de alunos de nível médio que entre 2003 e 2007 estudaram em escolas técnicas federais, 72% estão empregados. Desses, 65% trabalham em sua área de formação. Os dados foram revelados por uma pesquisa inédita feita pelo Ministério da Educação junto a 2.657 ex-alunos de 130 instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Esses dados aumentam as expectativas de Rose e Vinicius de ingressarem futuramente no mundo do trabalho.
A professora do curso de moda, Dulciana de Souza Lima, garante que o curso técnico é o caminho certo para quem deseja adentrar de forma mais rápida no mercado. “O mercado de Feira de Santana necessita de profissionais na área de moda, por exemplo. Essa é uma oportunidade excelente para se formar em um nível técnico, já que não existe o curso superior nessa área na cidade. Existem pessoas que trabalham aqui na escola que um dia foram alunos e hoje fazem parte do corpo docente”, salienta a professora.

GARANTIA DE EMPREGABILIDADE
Ter formação profissional aumenta em 48% as chances de um indivíduo em idade ativa ingressar no mercado de trabalho. A conclusão é da pesquisa A Educação Profissional e Você no Mercado de Trabalho, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O trabalho também constatou que os salários daqueles que têm um curso profissionalizante são até 12,94% mais altos e é de 38% a probabilidade de conseguir um trabalho com carteira assinada, em confronto com candidatos com escolaridade inferior.
A pesquisa, do professor Marcelo Neri, da FGV, demonstra ainda que a taxa de ocupação do mercado de trabalho para aqueles que têm qualificação profissional vem crescendo. Isso reflete no número de estudantes matriculados em escolas de educação profissional, que não para de crescer. Nas escolas federais, por exemplo, o número de matrículas de cursos técnicos de nível médio saltou de 79 mil em 2003 para 160 mil no ano passado. Com as novas escolas entrando em funcionamento, esse número vai superar os 250 mil estudantes nos próximos semestres.
O coordenador administrativo de uma distribuidora de remédios em Feira de Santana, Marcio Odailton, diz que a empresa tem funcionário com formação na área técnica e que este é um quesito básico para trabalhar na empresa. “Entre uma pessoa com curso técnico e outra sem, claro que optamos pela qualificação. Mas é preciso salientar que nem todos estão atuando na área de formação”, afirma o coordenador.
Ele afirma, ainda, que há vagas na empresa para indivíduos com nível técnico, mas que o “problema” é achar pessoas qualificadas para ocupar os cargos disponíveis. “Muita gente é demitida durante o mês por não cumprirem suas metas, por isso sobram vagas. Encontrar pessoas qualificadas é mais complicado”, diz.
Por Williany Brito
Fotos: Jucilene Martins
Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 13.06.2010)

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