Produtores rurais que expuseram seus produtos juninos na 9ª edição do Arraiá do Comércio ficaram insatisfeitos com o fluxo de vendas durante a festa, que aconteceu de dia 9 a 17 de junho. O evento, que teve como objetivo resgatar, promover e valorizar as tradições juninas aconteceu na Praça João Barbosa de Carvalho (Praça do Fórum) e no Mercado de Arte de Feira de Santana.
A expectativa era grande no começo do Arraiá. Os produtores apostaram na grande variedade de produtos: licor tradicional e cremoso, bolos diversos, amendoim, biscoitos, canjica, pamonha e castanha, entre outros. Mas tudo isso não foi suficiente para atrair os consumidores. As reclamações foram diversas.
A produtora rural Angélica Almeida atribui a baixa venda à presença de vendedores ambulantes, que comercializaram licores mais baratos e ofereceram cerveja, que, na visão dela, “não é uma bebida típica da época”. “Esperávamos que as vendas fossem melhores que as do ano passado, mas a quantidade de ambulantes circulando dentro e ao redor da praça impossibilitou a venda dos nossos produtos”, argumenta a vendedora de licor.
O poder de persuasão até ajudou Edineide Santos a atrair a freguesia, mas nem sempre a venda era garantida. “À noite, o movimento era sempre maior, sem dúvidas. Mas não foi o suficiente. Tínhamos que ter um diferencial: a dica era brincar com os clientes e, assim, convencê-los a comprar. Não foi o que eu esperava, mas irei me preparar melhor para o próximo ano”, afirma Edineide, que pela primeira vez participa da festa.
Valnizia Soares, que há 27 anos comercializa licor em festas, se diz insatisfeita com as vendas. Segundo ela, os outros produtores rurais que expuseram os artigos contribuíram para a venda desigual dos produtos. “Nós havíamos acertado, por exemplo, o valor do licor. Mas alguns estavam vendendo muito mais barato que o valor estipulado anteriormente”, conta a produtora, indignada.
De acordo com um dos organizadores do evento, Ronaldo de Azevedo, cerca de 40 mil pessoas passaram pelo Arraiá do Comércio. Ele confessa que os “vendedores ambulantes atrapalharam as vendas”. Ele conta que todos os produtores que expuseram no evento passaram por um curso com duração de dois dias, no SENAC, sobre segurança, manuseio e empreendedorismo. “Não é justo eles terem passado por todo esse processo de aprendizagem e virem outras pessoas oferecer licores mais baratos e comercializarem cerveja em um período onde deveria vender somente bebidas típicas da época”, salienta Ronaldo.
Matéria publicada no Jornal Folha do Estado, no dia 18.06.2010)
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