segunda-feira, 14 de novembro de 2011

50 anos de história do Estádio da Portuguesa, antigo Hipódromo da Guanabara

A construção do monumental estádio da Associação Atlética Portuguesa completou, no dia 6 de agosto de 2011, 50 anos. Só que, originalmente, o espaço funcionou como um hipódromo, o Jockey Club Guanabara, iniciativa do industrial Peixoto de Castro, erguido pela Construtora Montenegro sob encomenda da Companhia Imobiliária Santa Cruz, da família Valentim Bouças.


Um decreto do então Presidente Jânio Quadros limitou as corridas de cavalo aos sábados e domingos - e o turfe nacional entrou em crise. Assim, o Jockey Club Guanabara não suportou a pressão e fechou as portas. Em 1964, a Associação Atlética Portuguesa - fundada bem antes, em 17 de dezembro de 1924 - comprou toda a área, transformada no estádio Luso-Brasileiro. A inauguração foi em 2 de outubro de 1965, com um jogo entre a Portuguesa e o Vasco, assistido por 8.565 pagantes.

Com seus aproximados 16 mil sócios e dependentes, a Portuguesa tem como atual Presidente João Rêgo, que assumiu em 18 de março de 2011, após 10 anos de gestão do ex-Presidente Antônio Augusto de Abreu. João Rêgo acompanha o desenvolvimento do clube desde 1968. Ele diz ser mais um apaixonado pela “moldura futurística das arquibancadas”:

- É um prazer administrar um clube que está sempre em crescimento. É com planejamento que vamos investir em infraestrutura, para torná-lo ainda mais atrativo. A nova gestão vem trabalhando para proporcionar o que há de melhor aos associados - disse o presidente.

Em 2005, com o fechamento do Maracanã para adequá-lo às necessidades dos Jogos Pan-Americanos, que seria sediado em 2007 no Rio de Janeiro, surgiu a necessidade des
se achar uma nova casa para que o Botafogo e o Flamengo pudessem sediar seus jogos. Dessa forma, o Estádio Luso-Brasileiro - também conhecido c
omo Estádio dos Ventos Uivantes, devido às ventanias que ocorrem no local - foi transformado na Arena Petrobras (foto), numa iniciativa dos clubes, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da estatal petrolífera. Após a reforma das dependências, com a instalação das estruturas tubulares em torno do campo - elevando a capacidade para 30 mil torcedores -, o novo estádio pôde ser casa temporária desses dois times.

O Estádio Luso-Brasileiro foi transformado na Arena Petrobras

PALETÓ: TRAJE OBRIGATÓRIO

O historiador insulano Jaime Moraes - criador do excelente fotolog.terra.com.br/ilhadogovernador disse ao Jornal GOLFINHO que, muito antes de ser ocupada por um hipódromo e mais tarde pela construção de conjuntos residenciais, a região da Portuguesa era chamada de Areal. Caminhões e carros de boi vinham de diferentes pontos da Ilha, em busca da areia para as novas construções:

- No local havia também uma nascente, que abastecia alguns poucos carros-pipas - lembra Jaime. Para a construção do hipódromo, afirma Jaime, “a região, que ia desde a Estrada do Galeão até as praias dos Gaegos e Dendê, foi totalmente aplainada, restando apenas poucas elevações junto à região ocupada atualmente pelo conjunto residencial Village da Ilha”.
Jaime explica que a construção do hipódromo levou dois anos: “Suas arquibancadas, que até hoje surpreendem pelo tamanho e formas arrojadas, eram capazes de acomodar até 8 mil espectadores - mas desde que trajassem paletó”:

- A pista alcançava a área hoje ocupada por conjuntos residenciais, enquanto que as cavalariças situavam-se junto à nascente dágua, atualmente parte do conjunto Village da Ilha.
A historiadora insulana Cybelle de Ipanema, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Estado do Rio de Janeiro, acredita que a época do hipódromo e das corridas de cavalo tenha deixado outras marcas na Ilha do Governador, além do atual estádio:

- Existe um prédio de três andares, muito antigo, na Estrada do Galeão, número 2.265, que se chama Edifício Turfista. Será uma simples coincidência? - pergunta Cybelle.

Por Williany Brito e Alzir Rabelo (Editor do jornal Golfinho)


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