quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

NOVAS TECNOLOGIAS SUBSTITUEM A TRADICIONAL CARTA

Jovens preferem a ferramenta internet para se comunicar,
e confessam nunca ter escrito uma carta

Está chegando o final do ano. É época de enviar cartas. Cartas? Há tempos que muita gente não sabe o que é enviar e receber uma correspondência desse tipo pelo correio. Em tempo de internet, mensagens por celular, preços altos para envio de correspondências e encomendas via Correios, as pessoas foram deixando de usar o serviço e adotando cada vez mais as altas tecnologias, que, por sinal, vem inovando a cada dia.
O software de correio eletrônico surgiu em 1972 com o objetivo de auxiliar a comunicação e a troca de informações entre as pessoas. Anteriormente ao surgimento do correio eletrônico, os documentos e mensagens eram distribuídos de maneira menos ágil, comparando-se com o trabalho realizado pelos correios ou por outros meios tradicionais. Para quem escrevia, era angustiante a espera de resposta da mensagem enviada há dias.
Com o crescimento do webmail surgiram várias empresas que fornecem este serviço, gratuitamente ou não. Internacionalmente destacou-se a Hotmail, no Brasil a BOL, Yahoo! Mail e Zipmail e em Portugal a SAPO e Portugalmail. Nos dias de hoje, o serviço do Google, Gmail, tem também ganhado grande destaque; algumas das suas novas funcionalidades têm marcado uma evolução no estilo de webmail.
“Na nossa geração é muito difícil alguém escrever carta, pois a tecnologia oferece ferramentas muito mais ágeis. Hoje, nós precisamos ter respostas imediatas, e com a carta isso é impossível”, diz o estudante Egberto Siqueira (23), que cita o e-mail e o telefone como os principais meios de comunicação utilizados por ele, amigos e parentes. “Para desejar um feliz natal a amigos e familiares que moram distante, nada melhor e mais rápido que uma mensagem de texto pelo celular ou falar por telefone” diz Egberto.
A estudante Leidna Santos (26) concorda com o amigo quanto à vantagem dos meios eletrônicos na hora de se comunicar com amigos e familiares. Para ela, seria quase impossível falar com a irmã que atualmente mora em Cuba. “Nunca enviei cartas pelo correio e também nunca respondi as que recebi até hoje. Com os avanços da tecnologia é inviável o uso de cartas. A velocidade é incomparável, principalmente na hora de se comunicar com a minha irmã, que mora tão longe”, afirma a estudante.



TRADIÇÃO SOBREVIVE ÀS MODERNAS TECNOLOGIAS


Mesmo com o advento das tecnologias, a missionária Maria Neusa Alves Pereira (foto), de 69 anos, ainda escreve cartas, e confessa sua paixão na hora de redigi-las e conta que fica bastante ansiosa a espera da resposta.
“Adoro escrever e receber cartas. Nelas posso dizer tudo que quero e da forma que gosto. Por telefone, tenho que falar rápido por conta do custo que é bem alto”, diz Maria, que confessa ficar chateada quando a resposta da carta enviada há dias não chega. Segundo ela, a última cata escrita foi a 15 dias para uma amiga que reside em Goiás.
Questionada sobre o uso do computador, ela afirma que nunca teve interesse de aprender a usar e que pessoas da família utilizam dessa tecnologia, mas a grande paixão é mesmo pelas cartas. “Meus sobrinhos têm computador, mas nunca quis aprender a usá-lo. Prefiro o modo convencional”, finaliza Maria Neusa.


Por Williany Brito
(Matérias publicadas no Jornal Folha do Estado, no dia 07.12.2009)

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